1005 visualizações
Lacan já nos advertira de que a carência do pai não deve ser buscada no papel que a figura paterna ocupa nos lares. Ao considerarmos o pai como metáfora, como um significante (metáfora paterna) que substitui outro significante (desejo da mãe), como um operador simbólico, devemos situar seu fracasso e seu declínio em outro lugar.
Em sua função, um pai sempre fracassa, já que nem tudo pode ser metaforizado, nem todo gozo pode se articular a um significante. Contudo, perante as mudanças socioculturais que vem sendo anunciadas e até mesmo testemunhadas nas últimas décadas, é nosso dever refletirmos sobre as consequências psíquicas do declínio da função paterna nas estruturas sociais.