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Lacan vai abordar, em vários momentos de seu ensino, o Real como um dimensão indispensável para bem localizarmos o que vem a ser uma subjetividade marcada pela falta e, portanto, pela incompletude sob diversos aspectos: o limite das possibilidades da linguagem (limite quanto a produzir significações e entendimentos dizíveis sobre a nossa existência), o alcance do conhecimento (sobre o mundo, sobre nós mesmos), a extensão da verdade (levando-nos a lidar, sob os mais diversos aspectos da vida, com uma verdade que não se totaliza cabalmente). Esta dimensão é imprescindível para bem localizarmos o que vem a ser o âmago da prática psicanalítica: uma práxis convergente com um sujeito de desejo que tem sempre a possibilidade de reinventar algo de sua existência, por mais densa e inexorável venha a ser a sua relação com a realidade.